Descobertas recentes em Tikal sobre os Maias com o uso de novas tecnologias.

O século XXI começa com muitas tecnologias que agilizam nossas comunicações, transporte, lazer, alimentação, etc. Isto é, nossa vida como um todo. E parecem se tornar obsoletas com tanta rapidez, não é mesmo?! Pois é. Também sinto o mesmo! Mas estão para a ficar.

Desde o papel (sim! uma importantíssima tecnologia) e lápis  que você usa na escola, ao smartphone e as redes sociais que parecem essenciais à nossa existência – tenho dúvidas se consigo ficar sem qualquer um desses dois! – as tecnologias estão para ficar e podem nos auxiliar também a conhecer um pouco mais sobre sociedades sobre as quais acreditávamos que já não era possível obter registros.

Trago hoje a matéria que saiu no site El país sobre a impressionante estrutura escondida sob a selva guatemalteca e descoberta por um grupo de arqueólogos graças a utilização de um laser chamado Lidar (acrônimo de Light Imaging Detection and Ranging, detecção de luz e medida de distância).  Leiam um trecho da matéria e entendam como a descoberta aconteceu!

 

” Os pesquisadores não descobriram nenhum novo palácio, pirâmide ou grandes templos como o de Kukulcán ou o do Grande Jaguar. Mas a infinidade de edifícios, estradas, canais ou muralhas mapeados iluminam toda a grandeza dos maias e permitem formar uma ideia de quantos milhões de pessoas viviam na região, como guerreavam ou de sua agricultura intensiva.

Em 2016, um avião percorreu boa parte da reserva da biosfera maia em Petén (Guatemala). Tinha a bordo um dos sistemas lidar mais avançados. Essa tecnologia utiliza o laser como se fosse um radar sofisticado: envia pulsos de luz que, ao serem rebatidos, permitem reconstruir uma imagem do objeto ou estrutura que o devolveu. Aqui foi usada uma máquina capaz de escanear o terreno a partir de seis ângulos diferentes, de propriedade do Centro Nacional de Mapeamento Laser Aerotransportado (NCALM na sigla em inglês), com sede nos EUA. O Lidar varreu uma superfície de 2.144 quilômetros quadrados em torno de uma dezena de sítios maias.

“A nossa é a maior cobertura Lidar da história da arqueologia”, diz Francisco Estrada-Belli, especialista em cultura maia da Universidade Tulane (Nova Orleans, EUA) e coautor do estudo. Embora não seja a primeira vez que essa tecnologia de imagem é utilizada em sítios arqueológicos dessa cultura, a expedição cobriu uma área 10 vezes maior e com um detalhamento não alcançado pelas anteriores. “Qualquer coisa que tenha de 50 a 100 cm de largura e de 20 a 50 cm de relevo aparece em nossas visualizações”, acrescenta o arqueólogo. Para conseguir isso, o Lidar emitiu mais de 33,5 bilhões de pulsos de laser (15 por metro quadrado).

As imagens do Lidar, que foram revisadas no local por várias equipes de arqueólogos, também mostram que os maias precisavam de agricultura intensiva para poder alimentar tanta população urbana. O sistema tradicional, os campos de milho, baseado na queima de terrenos para fertilizar o solo antes do novo plantio, não teria sido suficiente se não fosse pelas centenas de canais, muitos de um quilômetro de comprimento, usados para drenar os pântanos que ocupavam a maior parte do território. A pesquisa também localizou 306 quilômetros quadrados de terrenos cultivados em terraços. Até 17% do território que a floresta ocupa hoje tem marcas de um passado agrícola. Para os autores do estudo, tal esforço exigiu uma organização e uma centralização muito avançadas.”

Para ver a matéria completa é só clicar aqui e aqui.

Casas, estruturas defensivas, tumbas e até uma pirâmide de 30 metros de altura — que até agora se pensava que era uma pequena montanha — são algumas das cerca de 60.000 estruturas descobertas. FUNDACIÓN PATRIMONIO CULTURAL Y NATURAL MAYA EFE. Fonte: El País

Foi encontrada também uma muralha de uns 14 quilômetros próximo da cidadela de Tikal, um dos sítios arqueológicos mais importantes de assentamentos maias. Os pesquisadores apontam que, depois do desaparecimento da civilização, a selva invadiu a cidade, que permaneceu oculta sob a folhagem durante séculos. FUNDACIÓN PATRIMONIO CULTURAL Y NATURAL MAYA EFE. Fonte: El País

Os edifícios descobertos faziam parte de uma dúzia de cidades. A dimensão do achado levou os pesquisadores à conclusão de que a população maia poderia ter alcançado 10 milhões de pessoas, uma cifra muito superior à estimada até agora. EFE. Fonte: El País.

5Os pesquisadores descobriram que, ao redor dos centros urbanos, extensos campos de cultivo podiam chegar ocupar até 95% da terra disponível. EFE. Fonte: El País.

6A descoberta foi possível graças ao equipamento laser utilizado. Esta tecnologia consiste em emitir pulsos de luz que, ao rebater nas estruturas, revelam o relevo que se esconde abaixo da superfície. Esta técnica, combinada a um sistema de localização por GPS, permitiu criar mapas 3D da megalópolis sem prejudicar a floresta. FUNDACIÓN PATRIMONIO CULTURAL Y NATURAL MAYA EFE. Fonte: El País.