Dentre os reinos germânicos, os francos, que se situavam na Gália, se destacaram. Formaram um grande império, que estabilizou a Europa Central por um período, e expandiram o Cristianismo entre os bárbaros.
Clóvis foi o primeiro rei franco daquela que ficou conhecida como dinastia Merovíngia. A dinastia recebeu esse nome por causa de um ancestral de Clóvis, chamado Meroveu, que reinara em uma das tribos francas.
Clóvis estabeleceu a capital do seu reino em uma antiga cidade romana chamada Lutetia Parisiorum, mais tarde Paris. Converteu-se ao catolicismo em 496 e, com a ajuda da Igreja Católica, organizou o seu reino enquanto conquistava mais terras.
CARACTERÍSTICAS:
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Os francos não tinham noção de Estado – eles entendiam o poder e o reino como propriedades particulares do soberano;
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Foi marcada por desordem, violência, assassinatos e traições constantes, enfraquecendo a autoridade do rei;
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Criação do cargo de prefeito do palácio ou mordomo do paço: membro da aristocracia que cuidava da administração do reino.
Um dos mais importantes desses prefeitos foi Carlos Martel, que impediu a conquista da Gália pelos árabes vindos da Espanha, no século VIII, na Batalha de Poitiers.
Dinastia Carolíngia
Após a morte de Carlos Martel, seu filho, Pepino, o Breve (assim chamado pela sua baixa estatura), assumiu a função do pai. Temendo ser chamado de usurpador em sua pretensão de ser rei, Pepino buscou e obteve o apoio do papa Zacarias. Só então Pepino afastou Childerico III, o último rei merovíngio, iniciando assim uma nova dinastia. Mais tarde ficou conhecida como dinastia carolíngia, por causa de seu representante mais famoso: o rei Carlos Magno, filho de Pepino.
Alianças entre Reis e Papas
A base dos acordos era simples: os reis bárbaros recebiam apoio político e espiritual da Igreja Católica, que reconhecia o poder dos reis. Em troca, os reis reconheciam a autoridade moral e política da Igreja Católica, pagavam-lhe tributos e adotavam o catolicismo como religião oficial e única.
Os acordos eram celebrados com a conversão dos reis bárbaros e de seus súditos ao cristianismo.
Extensão e administração do Império Carolíngio
Ao longo dos séculos V a IX, a Europa conheceu uma série de reinos germânicos. Dentre eles, se fortaleceu o reino dos Francos. Carlos Magno, no século IX, formou o chamado Império Carolíngio, que abrangia boa parte da Europa (atual França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suíça, Áustria, Hungria, Eslováquia, República Tcheca, além de parte da Itália e da Espanha)
Para facilitar a administração do Império, Carlos Magno, dividiu o território e entregou sua administração a funcionários de confiança.
Surgiram assim as marcas, territórios localizados na fronteira do império, controlados pelos marqueses; os ducados, próximos às fronteiras, governados pelos duques; e os condados, os demais territórios, dirigidos pelos condes. Mais tarde, esses funcionários formaram a base da nobreza europeia.
Honra e Fidelidade: Do comitatus às relações de Suserania e Vassalagem
Para evitar as agitações e traições que marcaram a dinastia merovíngia, os reis carolíngios estimularam o costume germânico das relações de fidelidade e honra entre senhor e súditos, criando a instituição da vassalagem.
Para garantir a fidelidade de seus comandados, Carlos Magno usou suas conquistas para doar terras. Com isso o poder real acabou enfraquecido, pois entre o rei e os súditos surgiram muitos intermediários – os senhores de terras, com muitos poderes em suas propriedades.
Com base no comitatus, ou seja, na aliança entre guerreiros em troca de fidelidade, estabeleceu-se a política de alianças, conhecida como relação de suserania e vassalagem. Esta relação consistia em um nobre (na maior parte das vezes, o rei) doar feudos a outro nobre em troca de auxílio militar, apoio e doação de terras.